O vazio que me circunda e me abraça
E abrasa a saudade e a dor do já não ter.
Lagrima nos olhos, coração acelerado
E mais, algo como respiração ofegante,
São efeitos das lembranças, da saudade
Talvez a esperança que cultivamos inocentemente.
Eu sei, a gente sempre sente, vive e chora,
E a dor que por aqui vigora já ta para acabar.
O tempo que vive a passar em sua torturante demora,
Empurra-me, sem piedade, para frente e em frente
Então, seria o tempo a borracha da vida?
Em tantos versos e vindas e idas,
Seria o tempo que me tortura,
Que agora vem me acalentar?
Claro, talvez, ninguém nota o tempo passar,
Por estar preso a uma cegueira momentânea
Cuja dor já escarnece a alma torturada.
Seria o tempo o redentor de todas as dores?
E os amores presos ao meu coração?
Seria o tempo ou a solidão
De vozes infantis e birras a todo momento
Entre todas as tentativas falhas de chamar atenção
Sem pensar que é melhor deixar o tempo passar
Para abrandar a dor do meu coração.
O vazio que me circunda e me abraça
Acalma minha alma e cura minhas feridas
No mais, lagrima nos olhos e o coração acelerado
Somados a respiração ofegante,
São efeitos de novos desejos,
Talvez eu tenha, também, um pouco de medo,
De fracassar.
Mas eu sei que por hora, o tempo me faz esquecer,
A dor do amor que já não mais vigora
No compasso da vida dentro de mim.

Nairon J. Alves
Dezembro, 04, 2011 às 01h09min